Na semana passada participei do evento Design Export Day realizada pela apexBrasil em parceria com o Centro Brasil Design (CBD) – e como a repercussão foi muito positiva, resolvi trazer aqui nesse post os principais insights desse evento que mostrou como o design pode ser um importante elemento de competitividade para a exportação.
Não coloque um produto novo no mercado “só” por colocar.
Para começar, um bom design é um bom negócio. E um bom negócio precisa de estratégia antes de mais nada. É preciso estar ciente das tendências e dos impactos do design nas exportações e conhecer bem seu público-alvo.
Ana Brum, Diretora Técnica do Centro Brasil Design, trouxe em sua palestra um outro lembrete fundamental: a importância de conhecer o ambiente onde o produto será vendido. Por exemplo, no Brasil temos diferentes formas de expor produtos congelados – daí a importância de conhecer exatamente ONDE o produto será exposto para explorar melhor o visual das embalagens.
Durante o evento pudemos ver que a apexBrasil leva o design como ferramenta estratégica fundamental para o sucesso internacional das empresas em todas as suas ações. As empresas passam a perceber que o design possibilita a otimização no uso de matéria prima e melhora as fases de elaboração do projeto, entregando um produto melhor para o consumidor.

Design vende mesmo?
Durante a palestra de Lincoln Seragini no Design Export Day, vimos uma aula de inspiração sobre embalagens e uma quebra de paradigmas.
Muito se fala em conceitos visuais (minimalismo em alta, proporção áurea em alta, etc) mas na verdade, antes de pensar no conceito, é preciso conhecer a essência da marca/produto.
- Como vai ser o primeiro contato do produto com o consumidor?
- Ele vai sentir que aquele produto é para ele?
Lincoln trouxe ainda uma reflexão muito importante: “a embalagem precisa ter um “imã” que atraia a atenção do consumidor.”
Sabemos que a velocidade de decisão de compra é muito rápida* e, por isso, o produto precisa realmente atrair a atenção do consumidor. *Inovação em Embalagem de Fabio Mestriner.

Porém, uma das falhas que temos cometido nos últimos anos é o medo de ousar. É muito mais fácil seguir padrões, seguir uma linha visual comum e confortável – que também se encaixa no briefing e público-alvo do cliente, mas existem soluções mais ousadas para um mesmo perfil de consumidor.
A estrutura AIDA
Para ajudar nas futuras criações, precisamos pensar na estrutura AIDA – sugerida por Lincoln Seragini:
- Atenção > Visibilidade / Legibilidade
- Interesse > Impacto / Memória
- Desejo > Apelos / Sedução
- Ação > Decisão / Conflito
Soluções mais criativas – daqueles que dão um plot twist, ou que apenas “gritam” com você na gôndola – são necessárias para que aquela embalagem brilhe a ponto de ser vista assim que o consumidor entre no corredor.
Já não se pode mais criar uma embalagem passiva. Bonita, porém passiva. Beleza não é suficiente para chamar a atenção. Precisa ter qualidade criativa e, acima de tudo, coragem.
Durante o evento vimos diversos cases criativos de embalagens que utilizam soluções simples visualmente mas que arrancam um sorriso do consumidor, atraem a atenção das crianças ou que conquistam o subconsciente de uma gestante. Afinal de contas, como diria o palestrante Jaime Pfutzenreuter da Móveis James, “o design precisa bater no coração.”
É possível design para empresas de todos os tamanhos?
Essa pergunta foi um dos momentos chaves no Design Export Day. A resposta de todos os palestrantes para essa mesma pergunta foi a mesma: Design é para TODOS.
Quando vemos Design como investimento, e não como custo, conseguimos entender que design é sim para todos. Todos os tamanhos de empresa, todos os perfis e segmentos.
A magia do design é justamente se adaptar a diferentes consumidores, diferentes religiões, culturas, idiomas e orçamentos. É importante utilizar o design da maneira correta, sabendo atingir o seu público-alvo e entendendo as estratégias por trás do produto.
E para além do design, a presença da marca é importante. Sobretudo, a sua relação na primeira compra do consumidor. O relacionamento é a “cola” que une todas as estratégias e deixa uma embalagem memorável na mente dos consumidores, e esse é um grande diferencial para produtos que estão sendo exportados para fora do Brasil. Afinal de contas, o primeiro contato é o que mais importa.







E qual é o aprendizado que fica depois de um dia de evento imersivo no Design Export Day?
O aprendizado que fica depois de um dia de evento imersivo como esse é que, mais do que uma bela forma, o design atua como agregador de valor para fomentar as exportações.
Trabalhar o design como diferencial, visando que ele se torne, cada vez mais, um vetor de inovação e distinção do Brasil no cenário global é a missão da apexBrasil, que ajuda as exportações brasileiras e promove a atração de investimentos para o país.
Muitos de nós, designers, já sabem disso, mas é importante que nossos clientes se sensibilizem em relação ao design e entendam que design é a peça chave para a marca/produto decolar para novos horizontes.
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Bons estudos.