Comportamento de compra – O que passa na mente do consumidor?

O que passa na mente do consumidor?

Quando eu comecei a trabalhar com design de embalagens eu não imaginava o quanto uma embalagem impactaria na venda de um produto lá na gôndola. Foi quando comecei a estudar mais sobre psicologia de compra e a mente dos consumidores.

Em meio a tantas leituras e pesquisas, comecei a entender a mente do comprador para tentar encontrar estratégias de marketing mais eficazes, e fazer com que os consumidores tomassem a decisão de compra em favor dos produtos dos meus clientes. Justo, né? 😁

Trabalhando com rótulos no meu dia-a-dia já há alguns anos, coloquei na cabeça que o DESIGN, seja ele aplicado em qualquer esfera, precisa ser uma ferramenta de venda. É a primeira porta de entrada que o consumidor tem com aquela empresa.

Passei então a entender que só um bom design pode transformar um simples produto em um objeto de desejo. 

Mas afinal, o que é um bom design? 🤔

  1. Um produto com visual bem trabalhado transmite mais confiança

Quando criamos uma embalagem pensada nos mínimos detalhes, com hierarquia visual bem estudada, ou até mesmo criamos um projeto instagramável, que a pessoa sinta vontade de compartilhar, de mostrar que comprou e consumiu aquele produto, já ganhamos um ponto diante da concorrência. Um rótulo belo torna os produtos atraentes e desejáveis, podendo derrubar até mesmo grandes players do mercado.

Vale a pena ler o artigo publicado pelo professor Fábio Mestriner, “Como o Design de Embalagem ajuda a Pequena Empresa“, principalmente este trecho onde ele diz: “…o bom design da embalagem torna grande o produto da pequena empresa aos olhos dos consumidores e deve ser objeto de atenção e cuidado por parte dos donos de marca…”.

Um bom design transmite confiança e muitas empresas já estão se beneficiando disso.

Obviamente que, mesmo que essa ferramenta de venda seja muito eficaz para diversos nichos, nem todo consumidor se baseia apenas na beleza de um produto para comprar. 

E é aqui que entra um segundo item.👇👇

  1. Deixar claro os benefícios dessa compra

O visual da embalagem precisa ser objetivo e passar a informação correta o mais fácil e rápido possível para o consumidor. Durante uma palestra de Lincoln Seragini no Design Export Day em 2022, fui impactada com a seguinte reflexão: a embalagem precisa ter um “imã” que atraia a atenção do consumidor de forma rápida, já que a velocidade de decisão de compra se dá em milésimos de segundos.

Na gôndola, o consumidor é impactado por dezenas de produtos. Se as informações cruciais não estiverem evidentes no produto, dificilmente o consumidor vai comprá-lo. Precisamos saber quem é o potencial consumidor daquele produto e o que ele está procurando. Afinal, que palavras-chaves ele precisa encontrar de forma rápida no produto para que sinta ainda mais confiança no momento da compra?

Para me aprofundar nesse tópico, estive lendo recentemente o livro “Isso é marketing: Para ser visto é preciso aprender a enxergar” de Seth Godin. O marketing autêntico e verdadeiro é o mais efetivo atualmente. Não dá mais para mentir e enganar o consumidor como era feito antigamente – nos EUA ainda se vê muitas pegadinhas que acabam enganando o consumidor na gôndola.😓Hoje, o grande poder de diferenciação é entender as necessidades dos clientes e oferecer soluções relevantes e realmente valiosas. 

Para isso precisamos criar uma conexão emocional, uma conexão verdadeira de empatia – experimente ir até a gôndola do mercado e se proponha a pensar em como esse público-alvo se comportaria.

  1. Mostrar personalidade

No mundo das embalagens existe um termo que conhecemos como Códigos de Categoria

Muitas vezes os produtos que vão para a gôndola acabam não conseguindo inovar por depender apenas da embalagem para fazer a divulgação das suas marcas. Por conta disso, estas empresas ficam mais restritas a percepção que o consumidor já possui sobre aquele segmento (como cores, imagens e até textos e claims padrões), disputando a atenção apenas por preço, sem poder algum de diferenciação.

Entretanto, se a marca conseguir quebrar os códigos da categoria em que ela pertence, terá grandes chances de se destacar no mercado e, principalmente, se tornar memorável na mente do consumidor (gerando mais facilmente uma re-compra).💡

E não precisa ser uma grande marca para ter coragem de inovar. Depois da pandemia do COVID-19 muitos consumidores ficaram mais propensos a comprar de empresas novas, marcas próprias e do comércio local, abrindo espaço para pequenas empresas entrarem em nossas casas.

Perguntas que podemos fazer:

  • Como os compradores percebem os produtos do seu cliente em relação aos concorrentes? 
  • Como você pode mudar essas percepções para ganhar uma vantagem competitiva?

Lembre-se de que estudar a mente do consumidor não é uma ciência exata. Vão existir diferentes necessidades e comportamentos, bem como diferentes fatores de decisão de compra. O importante é conhecermos a fundo a persona deste produto e entender como essa pessoa agiria no momento da compra – de acordo com cada produto.

Quando damos a devida importância ao fator emoção x razão, aumentamos a conexão do consumidor com aquela marca, criando reputações autênticas.

Afinal de contas, sentimentos e pensamentos são inseparáveis no processo de tomada de decisão. 💛


Indicações de leitura para quem quer se aprofundar nesse assunto:

📒 Isso é marketing: Para ser visto é preciso aprender a enxergar, de Seth Godin 

https://www.amazon.com.br/Isso-Marketing-Preciso-Aprender-Enxergar/dp/8550807648

▶️Vídeo completo explicativo sobre códigos de categoria – Curso Rotulando:

O que são códigos de categoria no mundo das embalagens


Espero que você tenha gostado do artigo de hoje.

Até semana que vem. 👋


Aqui é a Priscylla, Designer apaixonada por marcas e embalagens. Sou graduada pela UTFPR – Universidade Federal Tecnológica do Paraná e especialista em Desenvolvimento de Embalagem através do MBA da FACAMP. ‍ Enquanto dirijo o meu próprio estúdio de design, também co-administro o Curso de Design de Embalagem, Rotulando®, por onde ensino e palestro sobre embalagem diariamente.

Além disso, sou co-autora do livro Rotubook, um guia de design de embalagem que está nas livrarias de todo o Brasil.

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