O que atrapalha a nossa criatividade?

Eu pensei em falar aqui sobre diversas formas de criatividade, formas de inovar, de sair da caixinha, e quanto mais eu pensava nisso, mais eu me distanciava da forma clichê de falar sobre criatividade. 

Então, em vez de falar diretamente sobre como ser criativo, que tal falarmos sobre o que atrapalha a criatividade? O medo.

O medo

O medo faz parte da nossa rotina criativa e por muitos anos fiquei tentando entender o porquê de termos tanto medo. A gente precisa escolher se vai trabalhar com serifa ou sem serifa, a cor x ou a cor y… e vamos combinar que quase todas as escolhas são bem seguras, né? Não são fáceis, mas são seguras.

Temos medo da reprovação, da negação, de fazer algo errado, do plágio, de enviar um arquivo errado para impressão. 

Trabalhando com rótulos no meu dia-a-dia já há alguns anos, coloquei na cabeça que o DESIGN, seja ele aplicado em qualquer esfera, precisa ser uma ferramenta de venda. É a primeira porta de entrada que o consumidor tem com aquela empresa, mas quando eu comecei a trabalhar com design de embalagens eu não imaginava o quanto uma embalagem impactaria na venda de um produto lá na gôndola. 

Foi quando comecei a estudar mais sobre psicologia de compra e a mente dos consumidores.

Em meio a tantas leituras e pesquisas, comecei a entender a mente do comprador para tentar encontrar estratégias de marketing mais eficazes, e fazer com que os consumidores tomassem a decisão de compra em favor dos produtos dos meus clientes. Justo, né?

Mas foi nessa hora que percebi que o medo estava presente em todos os momentos e para todas as pessoas – nós, designers – clientes e consumidores. Nós temos medo de fazer uma criação e ser reprovada, mas os clientes também têm medo de investir errado e, sobretudo, os consumidores têm medo de comprar errado.

Dividir ideias

Quando eu comecei a trocar ideias e experiências com outros colegas e profissionais complementares da minha profissão é que eu pude entender como o outro pensa e então fazer conexões importantes para o meu desenvolvimento pessoal.

Só depois que eu entendi que design é comunidade é que eu senti uma verdadeira evolução e, de forma indireta, me senti mais criativa.

Comecei a trocar conhecimento com redação, ilustração, fotografia, gráficas, e até mesmo com outros designers. Só depois disso é que eu comecei a aprender a lidar com o medo da reprovação, o medo da alteração e o medo do que o outro vai pensar.

Principalmente, consegui entender que não precisamos ter a resposta de tudo sozinhos.

Quando você trabalha em equipe ou junto com o seu cliente, a pressão diminui, a troca aumenta e novos insights surgem, dividindo toda a tensão.

Afinal, ideias compartilhadas (seja com quem for) sempre funcionam melhor.


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Aqui é a Priscylla, Designer apaixonada por marcas e embalagens. Sou graduada pela UTFPR – Universidade Federal Tecnológica do Paraná e especialista em Desenvolvimento de Embalagem através do MBA da FACAMP. Enquanto dirijo o meu próprio estúdio de design, também co-administro o Curso de Design de Embalagem, Rotulando®, por onde ensino e palestro sobre embalagem diariamente.

Além disso, sou co-autora do livro Rotubook, um guia de design de embalagem que está nas livrarias de todo o Brasil.

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